segunda-feira, 16 de maio de 2011

BIBLIA

    
Como Ler a Bíblia 
O que é a Bíblia?
A Bíblia é uma "biblioteca", coleção de livros, escritos de dezenas de autores diferentes ao longo de 10 séculos. Alguns estão escritos em hebraico (com certas passagens em aramaico), outros em grego e apresentam gêneros literários diferentes: a narrativa histórica, o código de leis, a pregação, a oração, a poesia, a carta, o romance.
O nome desta coleção, "os livros" (em grego, ta biblia), passou a ser um singular, "a Bíblia" (em grego, he biblia). A Bíblia católica é formada por 73 livros: 46 no antigo Testamento e 27 no novo.
Como surgiu?
A Bíblia nasce da experiência de Deus que alguns homens e mulheres fizeram ao perceber a presença de Deus nos acontecimentos da vida. Disso surgiu a convicção comum de que Deus os destinou a formar um povo. Esse "povo de Deus" (Israel) apareceu na história por volta de 1200 a.C. A religião do povo de Israel é marcada pela experiência de um único Deus, invisível e transcendente: o SENHOR. Eles exprimiram essa relação que o unia ao seu Deus através de um termo jurídico: a Aliança.
As duas Alianças
A Bíblia pode ser dividida em duas partes: Antiga Aliança e Nova Aliança, ou antigo e novo Testamento. A primeira Aliança foi feita por Deus com Moisés e se expressa através da um conjunto de leis (Torá). A nova e definitiva Aliança foi feita por Jesus com seus discípulos.
Para os cristãos, em Jesus de Nazaré, Deus reuniu as pessoas de todas as origens para formar um povo regido por essa nova Aliança, esse novo Testamento. Era uma aliança definitiva; em contrapartida, fazia da Aliança que regia Israel uma etapa que, embora indispensável, estava destinada a ser superada. Os cristãos denominaram-na de antiga Aliança e deram ao conjunto dos livros bíblicos recebidos de Israel o nome de Antigo Testamento (cf. 2Cor 3, 14), enquanto os livros que falavam da pessoa e da mensagem de Jesus formavam o Novo Testamento.
O Novo Testamento
O Novo Testamento surge da experiência da ressurreição de Jesus que os discípulos fizeram. Eles não só conviveram com ele, com também foram profundamente marcados pela experiência de sua ressurreição. Eles e seus sucessores colocarem essa experiência no papel e redigiram assim o Novo Testamento pois viam em Jesus a concretização da esperança de Israel e a resposta à expectativa de salvação universal para todos os povos.
A Bíblia, Palavra de Deus
Quem lê a Bíblia, percebe que ela não se trata antigo tesouro literário ou uma mina de documentação sobre a história das idéias morais e religiosas de um povo. A Bíblia não é somente um livro no qual se fala de Deus; ela se apresenta como um livro no qual Deus fala ao homem, como atestam os autores bíblicos:
Não se trata de uma palavra sem importância para vós: é vossa vida
(Dt 32,47)
Estes sinais foram escritos neste livro para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome  
(Jo 20,30-31)
.
A Bíblia e a fé, embora estejam profundamente enraizadas numa história particular de um povo, ultrapassam a história. É uma Palavra que se dirige a todo homem, em todo tempo e lugar.
Entendendo as citações da Bíblia
Para facilitar a localização dos textos bíblicos, a Bíblia está dividida em capítulos e versículos. Ao citar esses textos utilizamos a vírgula, o ponto e vírgula, o e hífen.
A vírgula separa capítulo do versículo.
Ex. Gn 3,1 (Livro do Gênesis, capítulo 3, versículo 1).
O ponto e vírgula separa capítulos e livros.
Ex. Gn 5,1-7; 6,8 (Livro do Gênesis, capítulo 5, versículos de 1 a 7; cap. 6, v. 8).
O ponto separa versículo de versículo, quando não seguidos.
Ex. 2Mc 3,2.5 ( Segundo Livro dos Macabeus, cap. 3, v. 2 e 5).
O hífen indica a seqüência de capítulos ou de versículos.
Ex. Jo 10, 3-5 (Evangelho segundo João, capítulo 3, versículos de 3 a 5.

FONTE: BÍBLIA TEB
BÍBLIA EDIÇÃO PASTORAL
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O Uso da Bíblia na Liturgia
Eliomar Ribeiro, SJ
A Liturgia Cristã é a ação festiva, pública e comunitária das pessoas que professam sua Fé em Deus e se reúnem com Jesus Cristo para o memorial da sua vida, morte e ressurreição. Nesta ação litúrgica encontramos unidas dialeticamente as várias formas da presença de Cristo: na Igreja reunida, na Palavra proclamada e na Eucaristia partilhada
 
Biblia SagradaA Escritura Sagrada, corpo verbal de Cristo, tem um papel fundante e fundamental na Liturgia Cristã. Antes mesmo do cristianismo, a proclamação da Escritura como Palavra de Deus era um elemento constitutivo da liturgia judaica, na Sinagoga.
A Escritura Sagrada, na Liturgia Cristã, não é simplesmente para ser lida como um documento histórico mas é, sobretudo, uma atualização viva e misteriosa da presença de um Deus que se nos quer comunicar também pela sua Palavra. “A Sagrada Escritura, na Liturgia, aparece como um modelo estruturante da comunicação entre Deus e os homens”. Não há Liturgia sem Palavra. Jesus é a Palavra de Deus que se fez gente como nós. Ele mesmo é o portador e a Boa Notícia do Pai.

Na Celebração, a Escritura Sagrada, com textos previamente selecionados, no Lecionário, é usada essencialmente para proclamar o que Deus tem a nos dizer através dos Profetas, de seu Filho Jesus Cristo e dos Apóstolos, e para responder a Ele com nossas vidas no movimento dinâmico de escuta e prática do que ouvimos, como nos adverte S. Tiago 1,22: “tornai-vos praticantes da Palavra e não simplesmente ouvintes. “Na Liturgia, Deus fala a seu povo. Cristo ainda anuncia o Evangelho. E o povo responde a Deus, ora com cânticos ora com orações”.


A Palavra de Deus, que é viva na Igreja, é na Celebração um “sinal celebrativo enquanto contém e expressa a realidade da salvação. Ela proporciona o encontro da comunidade com  o próprio Deus que se comunica e se faz presente em Jesus Cristo” (OPD, n.20, CNBB, doc. 52). A sua proclamação deve ser revestida de um cuidado e um respeito todo especial, afinal é Deus mesmo quem nos fala. Além da proclamação, a interpretação é ação significativa e atualizante da Palavra. Há que se cuidar sempre mais da preparação de leitores(as) que melhor possam ajudar o povo de Deus a ouvir e compreender o que Deus nos quer dizer com sua Palavra.

A Palavra de Deus está presente na celebração dos Sacramentos e na Liturgia das Horas. Está também presente em diversas outras expressões da fé do povo de Deus, os Sacramentais: procissões, romarias, celebrações da Palavra, encontros de oração, cultos ecumênicos, etc. Na Celebração Eucarística, há uma relação intrínseca entre a Palavra de Deus e a Eucaristia. Como nos recorda o Concílio Vaticano II, “a Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, da mesma forma, como o próprio corpo do Senhor” (DV 21). A comunidade cristã, reunida para celebrar a vida e a fé, alimenta-se do Cristo na mesa da Palavra e na mesa do Pão. Comunga o Cristo tanto na sua Palavra como no seu Corpo. Como tão bem expressou Santo Agostinho: “Bebe-se o Cristo no cálice das Escrituras como no cálice Eucarístico”. A Palavra nos conduz à Eucaristia. A Palavra encontra sua plenitude na Eucaristia, ao mesmo tempo que a fundamenta.

A reforma litúrgica, empreendida pelo Concílio Vaticano II, enriqueceu ainda mais a dimensão celebrativa da vida da Igreja ao apresentar-nos a Palavra como alimento enriquecedor: “A Igreja alimenta-se com o Pão da “Vida na mesa da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo” (Inst. Euchr. Mysterium, n.10). Daí que as comunidades cristãs têm alimento de sobra para saciar sua fome de Deus, na certeza de que Ele mesmo “vem carinhosamente ao encontro de seus filhos e com eles fala”. Assim, podemos entoar com o salmista: “A vossa Palavra, Senhor, é mais desejável que o outro; mais saborosa que o mel a escorrer do favo” (Salmo 19,11).

Termino esta breve reflexão citando alguns tópicos das “Orientações para a celebração da Palavra de Deus”, que os Bispos do Brasil publicaram em 1994. Vale a pena a leitura, revisão e mudança de prática celebrativa, proposta pelo documento.  “A dignidade da Palavra de Deus requer, no espaço celebrativo, um lugar próprio para a sua proclamação. Convém que a “Mesa da Palavra” ocupe lugar central. Nela são proclamadas as leituras Bíblicas. Aí aquele que preside, dirige-se à assembléia e profere as orações. para a “Mesa da Palavra” convergem as atenções de todos os presentes” (n. 46). “Os livros litúrgicos requerem sejam tratados com cuidado e respeito, pois é deles que se proclama a Palavra de Deus e se profere a oração da Igreja. Por isso, na celebração, os ministros tenham em sua mão livros belos e dignos, quer na apresentação quer na encardenação” (n. 47). “Convém que as comunidades, conforme as circunstâncias específicas, encontrem, dentro da variedade de gestos possíveis, ritos que permitem valorizar e realçar o Livro da Palavra (Bíblia, Lecionário) e a sua proclamação solene. O Livro, sinal da Palavra de Deus, é trazido em procissão, colocado na Mesa da Palavra, aclamado antes e depois da leitura e venerado. Não é recomendável que o leitor proclame a Palavra usando o folheto” (n. 70)
Leituras recomendadas

1. Animação da Vida Litúrgica no Brasil, doc. 43, CNBB, Paulinas.


2. Orientações para a celebração da Palavra de Deus, doc. 52, CNBB, Paulinas.


3. A Missa, Ione Buyst, Col. Equipe de Liturgia/4, Vozes.


4. Celebração do Domingo, Ione Buyst,
    Col. Equipe de Liturgia/5, Vozes.  
FONTE: WWW.JESUITAS.ORG.BR

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